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Hipnoterapia modifica o cérebro de forma diferente da TCC clássica?

Publicado em
3/7/2023

No campo da saúde mental, diferentes abordagens terapêuticas têm sido desenvolvidas para tratar a depressão. Recentemente, um estudo de alta qualidade metodológica realizado por Kristina Fuhr e colaboradores demonstrou a eficácia da hipnoterapia nesse tratamento. No entanto, uma nova pesquisa realizada pelo mesmo grupo explorou como a atividade neural é modificada por essa abordagem terapêutica, comparando-a com a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Neste artigo, vamos discutir os resultados desse estudo e entender como a hipnoterapia afeta o cérebro de forma diferente da TCC clássica.

  1. A pesquisa: Comparando a atividade cerebral entre a hipnoterapia e a TCC
  • O estudo utilizou a técnica de neuroimagem chamada "espectroscopia funcional em infravermelho próximo (fNRIS)" para analisar a atividade cerebral dos participantes.
  • Foi observada uma diminuição da conectividade funcional entre o Sulco Temporal Superior (STS) e uma subdivisão do córtex extra-estriado chamada "extrastriate body area (EBA)" no grupo submetido à hipnoterapia.
  • Essa diferença de ativação cerebral entre as abordagens terapêuticas foi atribuída à promoção de experiências emocionais durante a hipnoterapia, enquanto a TCC enfoca a ativação comportamental e a reestruturação cognitiva.
  1. Experiências emocionais na hipnoterapia
  • A hipnoterapia proporciona uma maior exposição do paciente a experiências emocionais durante a terapia.
  • Essa abordagem pode ser eficaz na promoção do processamento emocional e no tratamento da depressão.
  1. Impacto da ruminação mental
  • A ruminação mental, caracterizada por pensamentos recorrentes e negativos, desempenha um papel significativo na experiência emocional dos pacientes.
  • Pacientes com menor ruminação apresentaram uma diminuição na ativação do STS direito após a hipnoterapia, enquanto aqueles com maior ruminação mostraram um aumento na ativação.
  • Esses resultados sugerem que a hipnoterapia afeta o processamento emocional de maneira diferente, dependendo do nível de ruminação.
  1. Considerações finais
  • A pesquisa destaca que a hipnoterapia modifica a forma como o cérebro processa as emoções, diferentemente da TCC clássica.
  • Compreender os mecanismos neurais subjacentes à hipnoterapia é essencial para melhorar o tratamento da depressão e outros transtornos mentais.
  • Mais pesquisas são necessárias para aprofundar nosso conhecimento sobre os efeitos da hipnoterapia no cérebro e aprimorar ainda mais essa abordagem terapêutica.

Conclusão:

A hipnoterapia tem se mostrado uma abordagem promissora no tratamento da depressão, com resultados positivos em estudos recentes. Além da eficácia clínica, compreender como essa terapia modifica o cérebro nos ajuda a ter maior clareza sobre os mecanismos em que cada abordagem de tratamento atua.